PARE OLHE ESCUTE

ESCOSTEGUY Vida e obra

jueves, 30 de enero de 2014

Exposição O COLECIONARDOR

O ano passado, 2013, fui visitar o  Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) que é o primeiro projeto de revitalização do centro do Rio que saiu do papel, realização da prefeitura do Rio e da Fundação Roberto Marinho.   A exposição em cartaz, na época, era O colecionador – Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici, no segundo andar do Palacete Dom João VI.
Foi uma satisfação verificar que a obra ESTÓRIA (O Fim da Idade do Chumbo) de Pedro Geraldo Escosteguy havia sido, justificadamente, incluída na exposição.   A mostra  incluía  136  obras do acervo de Jean Boghici,  marchand romeno que mora no Brasil desde 1940 e que possui uma das mais notáveis coleção do país de obras de artista nacionais e internacionais, montada ao longo de seis décadas em seu apartamento de Copacabana, RJ.
“O colecionador : arte brasileira e internacional na coleção Boghici” apresentou obras de artistas como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Brecheret, Guignard, Vicente do Rego Monteiro, Pedro Geraldo Escosteguy, Rubens Gerchman, Antonio Dias, Calder, Lucio Fontana, Morandi, Kandinsky, Max Bill e outros 70 artistas, exposta em forma de espiral e com os quadros suspensos por cabos dando a sensação de estarem flutuar. No centro da estrutura ficavam as esculturas e objetos. A disposição das peças foi idealizada em dois grandes círculos, com as telas voltadas para o centro da sala, no primeiro; e viradas para as paredes,no segundo; numa alusão ao movimento de sístole e diástole, como definem os curadores Luciano Migliaccio e Leonel Kaz.  O projeto cenográfico é assinado por Daniela Thomas e Felipe Tassara. A mostra parte dos pintores viajantes , que difundiram no mundo as imagens do Brasil no século XIX, passando pelo século XX, com seus diferentes movimentos artísticos que abriram caminho para a compreensão da arte contemporânea, dando um destaque para a obra de vanguarda.  Nesse âmbito artístico-histórico não poderia faltar o nome e a obra de PEDRO GERALDO ESCOSTEGUY.


Esta obra de Pedro Geraldo Escosteguy, ESTÓTIA (O Fim da Idade do Chumbo), foi apresentada em: OPINIÂO 65, Museu de Arte do Rio de Janeiro em 1965; RETROSPECTIVA OPINIÂO 65, Galeria do BANERJ, Rio de Janeiro em 1985; e OPINIÃO 65 – 30 ANOS, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 1995.
O que: Exposição O colecionador: arte brasileira e internacional na Coleção Boghici
Onde:
Museu de Arte do Rio – MAR – 2º andar – Praça Mauá 5 – Centro – Rio de Janeiro
Quando:
De 05 de Março até 01 de Setembro de 2013.

domingo, 19 de enero de 2014

Poética que ultrapassa fronteiras

     A obra literária e pictórica de Pedro Geraldo Escosteguy compõe um conjunto uno de uma arte única que se utiliza de materiais distintos na busca de uma maior interação com o seu público. Esse conjunto homogêneo deve ser visto não só como criação vanguardista que une a imagem visual à linguagem verbal, mas principalmente como proposta estética politizada pelo espaço que deixa à participação do leitor/espectador, transformando-o num cocriador e numa peça indispensável para completar a obra. Trata-se de uma estética que estimula a compreensão mais ampla, na sua proposta de ativar todos os sentidos do homem na busca de melhor captar e perceber o mundo que o rodeia. 

           A obra de Pedro Geraldo Escosteguy aproxima pintura, poesia e a própria música. Sua obra transpôs para a linguagem verbal as invenções sintáticas e a nova visualidade de seu mundo pictórico, partindo do significante como imagem sensorial e forma que ultrapassa a simples materialidade física para chegar a um significado dependente da realidade de cada leitor. Revela-se o estilo pessoal de sua poética, que valoriza a linguagem inventiva, a riqueza rítmica, a contenção verbal, a densidade de possibilidades imagéticas e que modela essa linguagem acima do nível linear ou discursivo.