Anticonto CAMPO NOTURNO
CAMPO NOTURNO
Paz de
campo noturno
A
estrada grande que salta de vila em vila
e atravessa o
braço do rio num traço de cimento
vem
vindo. Carreta nova. Jipe vem junto.
Máqui-
nas. Escola.
Tudo isso vem junto. Um dia
chega.
Agora
a estrada é carreiro no pasto. Limite
do
campo se perde atrás da sesmaria. Água vem
da
cacimba. Luz é lampião. Zinco é Santa-Fé.
Cigarro
é palheiro.
Rádio
= cordeona
Perfume
= alecrim
E
alegria, a moça aquela.
Flor
do campo. Chamaram de prenda.
De
chinoca.
Quando
não foi mais flor, china.
Campo
noturno.
Na
noite sem vento seu vulto varou o sereno,
salpingado
de lua.
Boitatá.
Encantação.
Foi
quando os alecrins pularam do caminho,
e se
refez fandango.
E
se abriu porteira velha na memória para
passar
o capataz
seus
olhos-de-brasa.
Justo
onde se alçou o vôo largo de um quero-quero
pra
que ela olhasse pro céu.
Altíssimo.
Intocável.
Cheio
de flores do campo.
E
um galope gateado, seu.
0 comentarios:
Publicar un comentario
Suscribirse a Enviar comentarios [Atom]
<< Inicio